Elas estão por aí, pode ter certeza. Escondidas por entre as poucas folhagens, camufladas pelas poucas árvores, ou mesmo desafiando os carros nas ruas e avenidas paulistanas, sabiás, tico-ticos, bem-te-vis, joão-de-barro, e até mesmo alguns estrangeiros como os pardais e os quero-queros sobrevivem em meio ao caos urbano.
É incrível pensar que alguém com asas possa optar a viver em um lugar como São Paulo.
Para a grande maioria das pessoas, a fauna urbana é composta, basicamente, por ratos e alguns insetos indesejáveis, especialmente em época de epidemia de dengue. Ledo engano.
Um levantamento realizado no Campus da Cidade Universitária nos revela um número surpreendente. São mais de 130 espécies de aves –migratórias ou residentes- somente nessa área.
Falar em 130 espécies parece muito, mas se estendermos nosso olhar para fora da cidade de São Paulo e começarmos a contemplar áreas mais afastadas, onde um pouco mais de verde ainda sobrevive, esse número aumenta consideravelmente, podendo chegar a mais de 270. Sim, elas estão por aí. Apesar de anônimas, sem rosto, elas possuem voz.
Bem-te-vi, maritaca, sabiá-laranjeira são, sem dúvida, os que marcam presença de forma mais conspícua e, mesmo assim, são vistos ou conhecidos por poucos.
Milhares de pessoas por ano visitam o Brasil para ter o prazer de poder observá-las. Legiões de americanos, alemães, belgas e outros mais procuram por um pouco mais de vida, de cor e de som dentro das nossas florestas, cerrados e caatingas. Realmente o ser humano só dá o devido valor àquilo que perde.
Já que é assim, ou seja, já que elas insistem em dividir o ambiente urbano conosco, por que não admirá-las, conhecê-las e até mesmo tornar sua vida um pouco mais agradável.
Valorize os espaços de sua casa e de seu bairro aumentando a área verde disponível, em especial, com árvores frutíferas. Cobre das autoridades o cuidado devido das raras áreas verdes e, claro, não espere tudo dos outros. Organize mutirões, ponha a mão na massa, ou melhor, na terra.
Ensine seus filhos, desde cedo, a valorizar o que temos de melhor, o que é admirado por muitos fora do Brasil, e ainda muito pouco por nós mesmos.
Certamente as aves e muitos outros animais dentro da selva urbana (como nós) vão agradecer e sentir que sua casa pode ser um pouco mais aconchegante e melodiosa.
Edson Grandisoli
Biólogo, Prof.Mestre em Ecologia
Olá!
ResponderExcluirA nossa fauna é, realmente, muito rica em quantidade e diversidade de espécie. Infelizmente, muitas pessoas não pensam em preservar essa riqueza e querem destruí-la. Devemos com todas as nossas forças e meios impedir que isso aconteça. Vamos preservar as nossas florestas e faúnas.
Abraços
Francisco Castro
Eu tenho verdadeira paixão por passarinhos, só de ler as primeiras palavras minha mente saiu voando junto. Lá no Downtown tem uma árvore que recebe visitas de sabiás-laranjeiras. Ahhh delicioso ouvir o canto. Aqui em casa tem sanhaços, levadinhos... fazem uma baderna cedo no meu ar-condicionado para frustração de minha gatinha! Adorei... bjs
ResponderExcluirSandra,
ResponderExcluiras coitadas das avezinhas ficam mesmo na cidade, porque é aí que encontram seu alimento, outrora existente nas matas, hoje derrubadas. Moram próximas às cidades, pra dormirem a durante o dia, pegarem seu alimento nas praças e ruas.
Inclusive, hoje em dia, as aves quase não deixam as frutas perecerem no pé, nas fazendas ou pomares, por falta de alimento nativo.
Ótima a sua lembrança de ensinar a criança a cuidar. Parabéns.
Lena
Já tinha pesquisado sobre esse assunto e não só dos pássaros, fiquei surpresa. Estava escrevendo um material escolar e até coloquei essas informações.
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